Falo! | Crítica
<i>Falo!</i>
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O que esperar do novo filme do Tinto Brass? Muita gente pelada? Acertou! Em Falo! (Fallo!), o diretor dispara mais uma vez sua metralhadora de imagens eróticas e humor. Mas não confunda com filme pornográfico. Esse novo longa lembra aquelas tresloucadas pornochanchadas produzidas no Brasil nos anos 1970. A diferença é que nos filmes de nosso galã tupiniquim Carlo Mossy, as situações eram mais inocentes.
O enredo é uma coleção de seis episódios cômico-eróticos. Em Álibi, uma mulher transforma as férias com o marido num ménage à trois com um rapaz marroquino. Montaggio alternato conta a história de dois casais adúlteros. Em 2 cuori & 1 capanna, um casal conhece os serviços especiais do lugar onde se hospedaram, como sadomasoquismo e outras perversões. Em Botte dalegria, uma mulher tenta convencer o marido de que suas escapadas sexuais servem apenas para manter acesa a chama do casamento. Um casal de italianos experimenta o swing em Honni soit qui mal y pense. E em Dimme porca che me piaze, a mais engraçada, uma jovem bissexual provoca um casal numa loja de lingerie de Londres. Em todas as seis histórias há uma forte presença da cor vermelha, usada para reafirmar a paixão dos casais envolvidos nas tramas.
Tinto Brass começou sua carreira trabalhando com Federico Fellini e Roberto Rossellini. Seu primeiro convite para filmar uma produção erótica veio em 1976. Inteligentemente acabou transformando o roteiro de Salon Kitty numa sátira política. Depois, foi convidado pelo proprietário da revista Penthouse, Bob Guccione, para adaptar Calígula, do escritor Gore Vidal. Ao final das filmagens, Guccione pediu que Tinto acrescentasse cenas de sexo explícito com as modelos da célebre revista. Não aceitou e acabou sendo despedido. Mesmo assim, Calígula permanece como seu filme mais famoso e que deu mais dinheiro.
Em Falo!, o cineasta continua a desfilar peitos, bumbuns polpudos e pênis eretos (alguns visivelmente de borracha). O filme, cheio de situações engraçadas e diálogos hilários, é uma comédia que tem no sexo sua atração principal. Ao espectador cabe o papel de voyeur.
Tinto, hippie de carteirinha, afirma que explora o sexo em seus filmes como forma de protesto contra a hipocrisia da censura. Para ele o sexo é uma atividade normal e deve ser tratada como parte da vida. Já seus críticos acham que seu discurso é apenas uma desculpa para reunir uma porção de gente pelada se agarrando. O público do Festival do Rio não concorda com esta teoria e continua lotando todas as sessões.


